Colocar pressão no Barça

Colocar pressão no Barça Segunda-feira, 30 de outubro de 2006 por Michael Harrold No mesmo fim-de-semana em que um dos desportistas alemães mais adorados de sempre colocou um ponto final numa carreira repleta de êxitos, outro mostrou um pouco do que ainda pode vir a alcançar. Para Michael Schumacher, o Grande Prémio do Brasil foi o derradeiro da brilhante passagem pela Fórmula 1, enquanto para Michael Ballack o primeiro golo na Premiership deu aos adeptos do Chelsea FC um gostinho do que pode estar para vir. "Enorme potencial" "Não", respondeu de pronto. "Há sempre lugar para melhorar", justificou. "Levará algum tempo até me integrar totalmente, mas é claro que estou a tentar dar o meu máximo em todos os jogos. Não interessa quantos golos marquei ou se sou o melhor em campo. Tudo o que me importa é que a nossa equipa melhore gradualmente. Dispomos de enorme potencial e queremos aprender a usá-lo. Os nossos primeiros encontros na Champions League e na Premier League foram bons, mas podemos jogar melhor futebol e é isso mesmo que queremos atingir". "Nova experiência" José Mourinho tem elevado as ambições do Chelsea e Ballack está a gostar de trabalhar com o dinâmico treinador lusitano. "Cada técnico é diferente", afirmou. "Trata-se de uma nova experiência para mim. É um treinador muito jovem, mas tem uma forte personalidade e um impacto tremendo na equipa e nos órgãos de comunicação social. Existem poucos com tal estatuto. Ele já venceu a UEFA Champions League e a Taça UEFA, pelo que é normal ter bastante confiança em si próprio. Mas, ao mesmo tempo, está muito bem preparado". "Objectivos ambiciosos" Tal como Ballack, também o Chelsea tem de se adaptar a uma nova realidade esta temporada, pois Mourinho tem oscilado entre o 4-4-2 e o 4-3-3. "Precisamos de tempo para nos adaptarmos a novos sistemas. É preciso experimentar muito e ninguém pode esperar que tudo corra bem sem existir qualquer contratempo. Até agora as coisas até têm estado bem, mas temos objectivos ambiciosos e queremos jogar ainda melhor". Trata-se de um cenário realmente assustador para os principais rivais do Chelsea, tanto dentro como fora de Inglaterra. "Confiança" A equipa de Mourinho lidera a Premiership juntamente com o Manchester United FC e tenta chegar ao tricampeonato, enquanto na UEFA Champions League bateu o campeão FC Barcelona na passada semana. Ballack e o outro novo recruta, Andriy Shevchenko, reforçaram os ingleses para que estes consigam atingir o céu a nível europeu. E os resultados estão à vista de todos. "Derrotar o Barcelona revelou-se muito importante e deu-nos muita confiança em nós próprios. Tal aconteceu em grande parte porque conseguimos praticar bom futebol. Estamos altamente concentrados e o jogo provou isso mesmo, pois tratou-se de um excelente encontro para os adeptos". "Estimulante" "Cada época dá-nos a oportunidade de jogarmos dois ou três jogos mais especiais e o confronto com o Barcelona foi um deles. Vencer uma partida destas é realmente estimulante. Ainda assim, o Barça é o favorito nos dois próximos jogos na prova, até porque recebe o Chelsea [na próxima terça-feira] e o Bremen, nomeadamente porque os catalães perderam com o Real Madrid, em jogo a contar para a liga espanhola, e querem rectificar esse resultado. Quanto a nós, vamos esperar para ver o que acontece, pois a pressão é agora menor, tendo em conta que os vencemos no primeiro jogo. A pressão está agora do lado deles e acredito que terão dificuldades em chegarem à próxima fase". "Objectivo de carreira" Ballack já jogou uma final da UEFA Champions League, ao serviço do Leverkusen, em 2002, mas viu Zinédine Zidane decidir a contenda a favor do Real Madrid. Será este ano que o alemão chegará ao título? "Ainda temos um longo caminho para percorrermos. Vencer a UEFA Champions League é um dos meus maiores objectivos, mas nesta altura estou preocupado com outras coisas". A época é longa, mas ao contrário de Schumacher, tanto Ballack como o Chelsea vão ainda nas primeiras voltas.