Penya Barcelonista de Lisboa

dimecres, d’abril 30, 2008

Manchester é o primeiro a chegar a uma final 100 por cento inglesa


Manchester é o primeiro a chegar a uma final 100 por cento inglesa
Nove anos depois, o United volta ao palco maior da Champions para a sua terceira final. Equipa de Ferguson à espera de Chelsea ou Liverpool


Antes do jogo, o treinador Alex Fer-guson prometera a Paul Scholes que este jogaria a final de Moscovo da Liga dos Campeões caso o United eliminasse o Barcelona. O médio in-glês tinha falhado a presença, devido a suspensão, na última vez que os red devils atingiram a final da prova, em 1999 frente ao Bayern de Munique. Nove anos depois dessa histórica vitória (2-1) que deu à equipa de Man-chester o segundo troféu na competição (o primeiro foi conquistado às custas do Benfica, em 1968), a equipa de Ferguson volta ao maior palco da Champions. Graças a um golo de Scholes.

Foi no Camp Nou que o United ven-ceu a última Liga dos Campeões, palco da final de 1999. Foi lá, há uma semana, que Cristiano Ronaldo falhou um penálti e fez cair o favoritismo dos "diabos vermelhos", que chegaram a Old Trafford com a eliminatória empatada sem golos.

Mas ontem tudo mudou, tal como Ronaldo tinha previsto no final do primeiro jogo: No problem... No problem..., referindo-se à grande penalidade. "Em casa e com o nosso fantástico público resolvemos a eliminatória."Um mau alívio de Zambrotta colocou a bola nos pés de Scholes aos 14 minutos - e este marcou, com um remate potente, o único golo desta meia-final. O médio já tinha sido substituído por Ferguson, mas quando o árbitro apitou para o fim de um jogo sofrido para o United, invadiu o campo e juntou-se aos festejos de Ronaldo e Nani (ambos titulares).

Deco, no lado do Barcelona, foi um dos melhores em campo, mas falhou a terceira final da Champions da sua carreira (venceu uma com o FC Porto e outra pelos catalães).Os jornais espanhóis chamaram-lhe o "fim de um ciclo" (Marca). O Barcelona de Rijkaard terá acabado, suspiram.

Adeus Moscovo, ti-tulava o Mundo Deportivo. A aventura europeia do Barça terminou: "Um golo de Scholes converteu o "Teatro dos Sonhos" num autêntico pesadelo", escreveu o catalão Sport.

Encontraram-se duas almas gémeas em Old Trafford. Dois clubes com duas Taças dos Campeões e um nome impressionante no futebol mundial. O United com um jogo directo e de ataque, o Barcelona mais rebuscado e paciente. Mas os papéis inverteram--se, como já haviam feito no primeiro jogo. Ferguson abdicou do estilo inglês e acentuou-o no exacto momento que Ronaldo falhou o penálti aos dois minutos no Camp Nou.

Rijkaard fez crescer o Barça e deu-lhe fogo.

Tudo pela história: 11 vitórias consecutivas em casa na Champions e 14 jogos sem perder na prova tornavam o United um pouco mais favorito no jogo - a última derrota aconteceu em Fevereiro de 2005 com o Milan, nas meias-finais. Os red devils caíram sete em nove meias-finais que disputaram na história. Cinquenta anos depois da tragédia dos Busby babes em Munique, Old Trafford suspirou por outros rapazes.

Pediram a Ronaldo, o her-deiro dos míticos George Best, Bob-by Charlton e Denis Law ou Roy Kea-ne e Eric Cantona. Mas Ronaldo apa-gou-se (não foi o dos 38 golos em 45 jogos), jogou sem Rooney e Vidic (lesionados). Sem Ronaldinho, a ban-deira do Barça foi Messi, melhor que Ronaldo. Mas no fim ganhou o português a presença no dia 21 de Maio em Moscovo. O jogo de ontem foi o 101.º de Paul Scholes na Liga dos Campeões. O médio inglês ultrapassou Luís Figo (o português soma 100 entre Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão) e está entre os sete jogadores com mais presenças na competição, ainda a 15 do máximo detido pelo madridista Raúl González (116). O médio inglês não conhece outro clube além do Manchester United - passou lá mais de metade da sua vida. Scholes tem 33 anos e juntou-se aos red devils em 1991, quando tinha 17 anos. Participou em 567 jogos, sempre com Alex Ferguson como treinador (marcou 139 golos). Ontem, além da experiência que empresta no meio-campo, ainda teve forças para marcar o golo que deu a presença na final ao seu clube de sempre.
Alex Ferguson Treinador M. United

"Fantástico! Maravilhoso! Este público... Este clube merece voltar à final. Scholes é um dos seus grandes jogadores. Ele saiu das fileiras deste clube. Estou muito contente por ele."Rio Ferdinand "Capitão" do M. United "Foi preciso ir ao fundo dos nossos recursos porque eles meteram-nos debaixo de muita pressão. A nossa disciplina e o gesto de um jogador fantástico qualificaram-nos. Não nos interessa saber com quem vamos jogar na final. Seja quem for, estaremos prontos."

Rijkaard Treinador Barcelona

"Foi um jogo muito equilibrado, Diria mesmo que jogámos melhor. É um momento difícil. É uma derrota dura de aceitar. Saímos de cabeça erguida. Será excessivo dizer que a época foi um fracasso. Não tenho qualquer intenção de partir. Esse pensamento não me atravessou o espírito. O clube precisa que o ajudemos. Seria diferente se os jogadores dissessem que era tempo de eu ir embora, mas esse não é o caso. O Barcelona é um clube imenso, tem pessoas para tomar decisões e as decisões serão tomadas no final da época.

Puyol"Capitão" do Barcelona"

A equipa trabalhou bem, mas faltou-nos o golo e é claro que para seguirmos em frente tínhamos de marcar. Temos que estar conscientes da camisola que vestimos" e "há que reflectir sobre o que se passou".DecoJogador do Barcelona"Para um clube como este é difícil estar dois anos sem ganhar nada. Creio que cada um tem a sua parte da culpa, pelo que todos devemos pensar sobre o que aconteceu, para no ano que vem não aconteça o mesmo."

Jogo no Estádio de Old Trafford, em Manchester.

Assistência 75.061 espectadores

Manchester United

Van der Sar; Hargreaves, Rio Ferdinand, Wes Brown, Evra (Silvestre, 90+3"), Carrick; Scholes (Fletcher, 77"), Park, Nani (Giggs, 77"), Tevez, Cristiano Ronaldo;

Barcelona

Valdés; Zambrotta, Puyol, Milito, Abidal, Xavi, Touré (Gudjohnsen, 88"), Deco, Messi, Eto"t (Bojan, 72"), Iniesta (Henry, 60");

Árbitro

Herbert Fandel, da Alemanha. Amarelos Zambrotta (52"), Deco (54"), Carrick (63"), C. Ronaldo (68") e Touré (70")

Golos

1-0 por Scholes, aos 14"