EQUIPAS PORTUGUESAS NA CHAMPIONS

Sonho dura pouco

O Benfica vai prosseguir a campanha europeia na Taça UEFA, depois de ter perdido em Old Trafford com o Manchester United, por 3-1, em partida da sexta e última jornada do Grupo F da UEFA Champions League. Os "encarnados" estiveram em vantagem, mas sofreram o empate à beira do intervalo, o que veio a revelar-se fatal. Como no outro encontro o Celtic FC, já apurado para os oitavos-de-final, saiu derrotado da Dinamarca, diante do FC Kobenhavn, a equipa de Sir Alex Ferguson passou à fase seguinte como líder do agrupamento.
Benfica sem alteraçõesO técnico do Benfica, Fernando Santos, aplicou a máxima de que em equipa que ganha não se mexe e colocou de início o mesmo "onze" que começou a partida em Alvalade, frente ao Sporting, na passada sexta-feira. Do lado do Manchester United, o francês Patrice Evra surgiu no lado esquerdo da defesa, em vez do argentino Gabriel Heinze, o mesmo acontecendo no meio-campo com Michael Carrick, que actuou no lugar de Darren Fletcher, isto em relação ao triunfo do fim-de-semana no terreno do Middlesbrough FC.
United ameaçaCom ambas as formações a falharem alguns passes no começo do encontro, o primeiro remate à baliza surgiu aos sete minutos, por Cristiano Ronaldo. O extremo do Manchester United flectiu da esquerda para o centro, ganhou espaço perto da área e rematou rasteiro, mas a bola saiu sem perigo ao lado do poste direito de Quim. Pouco depois, o jovem extremo lusitano repetiu o movimento, mas o resultado não foi diferente. A equipa da casa dispôs pouco depois de nova oportunidade quando Rio Ferdinand atirou fraco e à figura do guarda-redes Quim, na sequência de um canto.
"Encarnados" controlamClaramente apostado em adormecer o adversário, o Benfica trocava calmamente a bola no seu meio-campo, tentando surpreender com lançamentos longos para as costas da defesa dos “red devils”. Assim, e analisando a toada do encontro nos primeiros 25 minutos, não causou surpresa que a percentagem de posse de bola fosse ligeiramente favorável aos “encarnados”, embora sem qualquer consequência prática, pois até então nenhum dos remates dos seus jogadores chegara à baliza, apesar de duas tentativas de Fabrizio Miccoli e Nélson.
Eficácia a toda a provaMas logo a seguir, o Benfica marcou no primeiro pontapé que ultrapassou a defensiva contrária, Edwin van der Sar incluído. Nuno Gomes ganhou um ressalto no meio-campo e endossou rápido para Simão, que fugiu pela direita. O capitão avançou para a área e deu atrasado para o remate fulgurante do defesa-direito Nélson, que fez a bola entrar ao ângulo superior direito do guardião holandês. Melhor eficácia benfiquista era impossível.
Gigante RochaA perder, o único resultado que relegava o conjunto de Sir Alex Ferguson para a Taça UEFA, o Manchester United pressionou e esteve perto do golo por Louis Saha e Ronaldo, mas Quim defendeu ambas as tentativas. Excelentemente comandada por Ricardo Rocha, inultrapassável durante a primeira parte, a defesa dos “encarnados” ia anulando todas as ameaças contrárias e aguentando o golo apontado na única vez que a bola levou a direcção da baliza.
Pressão dá dividendosAté que, a escassos segundos do intervalo, numa altura em que o United pressionava, o defesa-central Nemanja Vidić aproveitou uma saída em falso do guarda-redes do Benfica, após livre da esquerda, e empatou a contenda. O precioso tento conseguido numa altura crucial, suficiente para o Manchester rumar aos oitavos-de-final, revelou-se um rude golpe nas aspirações “encarnadas”, pois a formação de Fernando Santos continuou tímida no ataque e apenas conseguia incomodar o adversário em lances de bola parada. Numa dessas jogadas, Petit, após toque ligeiro de um companheiro num livre frontal à baliza de Van der Sar, atirou forte a rasar a trave.
Giggs opera reviravoltaSem criar perigo à defesa do United, a formação britânica aproveitou a apatia geral benfiquista e virou o resultado aos 61 minutos. Ronaldo cruzou largo da direita para o coração da área, onde apareceu Ryan Giggs desmarcado a cabecear para golo, perante a inoperância dos defesas contrários. O tento de Giggs espevitou um pouco o Benfica, mas a turma portuguesa manteve-se completamente ineficaz no último terço de terreno, mesmo contando com algumas boas iniciativas de Simão.
Saha confirmaAs entradas de Paulo Jorge e Giorgios Karagounis para os lugares de Miccoli e Nuno Assis em nada alteraram o rumo dos acontecimentos e não surpreendeu, pois, mais um golo do Manchester United, a um quarto-de-hora do fim, por Saha. À vontade dentro da área, o avançado francês deu o melhor seguimento a um pontapé de canto de Darren Fletcher, pondo em evidência o desnorte da equipa do Benfica e uma defesa que se mostrara intransponível na etapa inicial, exceptuando no lance do golo do empate. Até final, registo ainda para mais uma defesa apertada de Quim a remate de Rooney.
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