Penya Barcelonista de Lisboa

diumenge, de desembre 14, 2008

Barcelona ganha ao Real com golos de Eto'o e Messi


Barcelona ganha ao Real com golos de Eto'o e Messi

Iker Casillas não quer saber de estatísticas quando tem de defender um penálti. Não lhe interessa se o opositor costuma rematar para a esquerda ou direita. Gosta de usar a intuição. E foi o que fez quando a bola rematada por Eto’o partiu ontem da marca dos 11 metros — o guarda-redes do Real Madrid atirou-se para a esquerda e defendeu o remate do camaronês. Parecia que ia ser o clássico de San Iker Casillas, porque o deprimido Real estava a aguentar-se em Camp Nou, o terreno do eterno rival. Parecia, mas não foi. Nos últimos minutos da partida, Eto’o redimiu-se e colocou o Barcelona em vantagem, antes de Messi, nos descontos, sentenciar a partida, com um belo “chapéu” a Casillas.
O Barcelona não ganhava em casa ao Real Madrid há quatro anos. E ontem, no jogo em que os adeptos queriam uma desforra da derrota por 4-1 na última visita ao Santiago Bernabéu, esteve perto de não o conseguir. Valeu o sentido de oportunidade de Eto’o a desviar a bola para a baliza, após um cabeceamento de Puyol, na sequência de um pontapé de canto (83’). Messi haveria depois de deixar a sua marca no jogo, finalizando um contra-ataque nos descontos, num lance em que picou a bola por cima de Casillas e viu um Cannavaro incapaz de evitar o 2-0 em cima da linha de baliza.As dificuldades do Barcelona deveram-se à falta de imaginação do seu ataque (especialmente porque Xavi apareceu pouco) e à atitude do Real Madrid, que optou por uma estratégia muito defensiva. É que este jogo era, e foi, um “duelo bipolar”, como lhe chamou o El País. De um lado estava um Barcelona muito motivado, imponente no campeonato e na Liga dos Campeões. Do outro, um Real Madrid deprimido, em queda na Liga e cuja mais recente alegria foi o despedimento de Schuster e a contratação de Juande Ramos.Messi sacrificadoPara Pep Guardiola e Juande Ramos, este foi o primeiro clássico. E a forma como os dois entraram em campo era indicativa da forma como as duas equipas iriam jogar. Guardiola optou pelo fato e gravata, um traje adequado ao futebol rendilhado do Barça, com muita circulação de bola, à espera que a criatividade dos avançados, com Messi à cabeça, resolvesse o encontro. Ramos tapou-se com um impermeável, uma indumentária mais de acordo com o labor defensivo que o Real colocou em campo, que às vezes chegou a ser rude, especialmente com Messi, muito castigado com faltas adversárias.E assim lançados os dados, o Barcelona entrou a todo gás, esperançado em aproveitar a depressão do rival. Messi, já se sabia, era a maior arma catalã e, logo aos seis minutos, fintou Sérgio Ramos (“o anti-Messi”) e quase marcava, não fosse a boa defesa de Iker Casillas.O perigo era mesmo Messi e os jogadores de Madrid rapidamente o tentaram controlar. Fizeram faltas e mais faltas sobre o argentino e conseguiram domá-lo até ao intervalo, ao mesmo tempo que foram capazes de criar perigo no contra-ataque. A ponto de a melhor oportunidade da primeira parte ter sido dos campeões espanhóis, quando Drenthe surgiu isolado, permitindo a defesa de Valdés.O contra-ataque do Real voltou a assustar Valdés na segunda parte, quando o estreante Palanca obrigou o guarda-redes do Barça a uma boa defesa (78’). Foi o último cartucho do Real lutador de Juande Ramos, que se renderia no final a um Barcelona que não jogou tão bem como se esperava, mas saiu do campo com a vitória.O Barça soma agora mais 12 pontos do que o Real Madrid, que pode cair para oitavo no final desta 15.ª jornada. Aos catalães resta-lhes gerir a vantagem (o Valência está a oito pontos) e ao Real tentar a recuperação na Europa, porque revalidar o título em Espanha parece cada vez mais complicado.