O futuro de Deco está em Itália ou Inglaterra

O futuro de Deco está em Itália ou Inglaterra
16.05.2008, Manuel Assunção
O português, indesejado por adeptos e direcção do Barcelona, anunciou a saída do clube após duas temporadas sem títulos. Um golo e muita polémica foi o saldo individual desta época Deco vai sair do Barcelona. É o desejo do futebolista, dos adeptos e da direcção da equipa. Depois de duas temporadas de glória seguidas por duas sem sucesso nenhum, o médio anunciou a saída e os possíveis destinos para a sua carreira: Itália ou Inglaterra.

O AC Milan e o Inter de Milão são dois dos clubes atentos às sobras da decepcionante época dos catalães e estão interessados no português.O percurso de Deco na Catalunha foi igual ao da equipa. Brilhante nos dois primeiros anos - dois campeonatos, duas supertaças e uma Liga dos Campeões -, irregular e sem títulos no terceiro, e ainda pior no quarto.Nesta temporada, Deco passou de indispensável a ser várias vezes suplente, esteve apenas em metade dos jogos e marcou só um golo em todas as competições, a pior marca da sua carreira profissional.

O amor que os adeptos do Barça tinham por ele - e já foi muito - esgotou-se esta temporada. Deco foi muito criticado pela sua falta de condição física e de compromisso e pelo seu apego às saídas nocturnas.E os resultados da equipa não ajudaram. "Não quero estar onde não me querem. Quando as coisas mudam é melhor sair", explicou ontem o internacional português.Segundo Deco, que tem contrato até 2010, o Barcelona já comunicou a Jorge Mendes, o empresário do jogador, que deverá procurar um clube. "Irei para Inglaterra ou Itália, de certeza.

Não vou continuar em Espanha, porque o único clube do mesmo nível que o Barcelona é o Real Madrid e para o Real nunca iria", explicou.No domingo, Deco foi titular contra o Maiorca em Camp Nou e, tal como Eto"o, foi assobiado pelos próprios adeptos do Barcelona de cada vez que tocou na bola. O português foi substituído ao intervalo, mas segundo o jornal Sport isso só aconteceu porque o jogador se recusou a voltar para a segunda parte.

A animosidade dos sócios em relação aos dois jogadores teve origem num jogo anterior: Deco e Eto"o viram o quinto cartão amarelo contra o Valência e foram acusados de o fazerem de propósito para estarem suspensos na visita ao Santiago Bernabéu na semana seguinte, que consagrou o campeão Real Madrid. Os dois contestaram a crítica, mas foram mesmo "condenados" pelos adeptos.

O português, a propósito, disse que não decidiu abandonar o Barcelona por causa dos assobios. "Os adeptos sempre me respeitaram muito até agora. O que aconteceu não mudará o carinho que sinto pelo Barça e pelas suas pessoas. Não guardo nenhum rancor e quero procurar um acordo que seja bom para as duas partes."Titular apenas em 13 dos 37 jogos no campeonato, Deco é um de muitos jogadores de que o Barcelona se quer livrar para começar de novo. Além dos dois clubes de Milão, também se falou no interesse de Manchester United, embora esta seja uma hipótese bem menos provável para o jogador de 30 anos.

Vem aí um novo Barcelona para tentar acabar com dois anos de domínio do Real em Espanha. Frank Rijkaard vai cumprir este fim-de-semana o último jogo como treinador da equipa, entrando para o seu lugar um homem da casa, Josep Guardiola. Eto"o, Ronaldinho, Márquez, Zambrotta, Gudjohnsen e mesmo Henry são os outros famosos que o Barcelona quer transferir.As saídas de Edmilson e Thuram, que terminam contrato, já estão confirmadas. Nomes dos que podem chegar ao Camp Nou depois do campeonato da Europa também não faltam: Kaká (AC Milan), Petr Cech (Chelsea), Benzema (Lyon), Daniel Alves ou Seydou Keita (Sevilha).

Mas há mais. O Barcelona assinou uma parceria com a MLS, o campeonato norte-americano de futebol, que prevê que o clube espanhol realize pelo menos seis jogos particulares com equipas daquela competição durante os próximos cinco anos. Como contrapartida, a equipa blaugrana garante a permanente promoção da marca Barcelona no importante mercado norte-americano. Há dois anos, o Barça realizou uma digressão pelos EUA que atraiu uma média de 80.734 espectadores em cada um dos três jogos de carácter particular disputados.